Loucura. Intuitivamente, o tema acabou sendo escolhido
e será marcante nas apresentações teatrais do 6º
Festival de Teatro de Americana, com 26 grupos participantes. O Festival
começa na próxima quarta-feira e segue com a programação
até o dia 29 deste mês. “Foram os deuses do teatro”,
justificou o coordenador do Festival, Osvaldo Beraldo ao ser questionado
sobre a temática nas apresentações dramáticas
desse ano.
Beraldo explica que não foi intencional a escolha do tema, mas
os meandros da psiquê humana é que estavam evidentes nos
trabalhos inscritos. O resultado é um diálogo entre as montagens
que poderá ser percebido pelo espectador. Como é o caso
das peças “Loucura”, da Cia Elevador Panorâmico,
de São Paulo, que relata o desespero de um homem ao sentir que
não existe e a sua incessante busca em compreender a si próprio.
Assim como em “Hysteria”, do grupo XIX, de São Paulo,
cujo texto é baseado em relatos de pacientes mulheres que viveram
em hospícios no século 19. O tema ainda é presença
até na montagem infanto-juvenil “A Ilha Desconhecida”,
adaptado da obra do escritor José Saramago. Além de textos
assinados por autores consagrados como Saramago e Machado de Assis, o
Festival vai contar com dramaturgia contemporânea.
O coordenador explica que a organização, durante a escolha
dos trabalhos, procurou investir em dramaturgos jovens como é o
caso de Raphael Júdice que assina os textos da montagem “Despojos
Peregrinos”, do Núcleo de Investigação Teatral
Teorema, de Americana e do infantil “O Pequeno Senhor do Tempo”,
do Núcleo Se Liga de Teatro, também de Americana.
A montagem responsável pela abertura oficial do Festival, na quarta-feira,
às 20h, no Teatro Municipal, será “A Arrombada”,
do grupo Tusp, de São Paulo, ganhador de oito prêmios na
edição anterior do Festival. “Vamos manter a tradição
em convidar o grupo vencedor do ano passado para abrir a programação
do Festival”, explicou o secretário de Educação
e Cultura, Herb Carlini. Ele informou que foram investidos R$ 60 mil para
a realização do festival.
NOVIDADES
Nesta edição, o Festival receberá
um convidado estrangeiro. O grupo The Wild Bunch, de Berlim (Alemanha)
irá apresentar a montagem “Amor e Psiquê”. O
coordenador do festival, Carlos Justi, explica ainda que nesta edição,
os espaços alternativos para apresentações cresceram.
“Teremos oito espaços novos. O objetivo é aproximar
o público do espetáculo”, explicou.
Justi lembra ainda sobre a Mostra Paralela ao Festival, em que espetáculos
são apresentados nas “sessões malditas”, após
à meia-noite nos finais de semana. Citou ainda a oficina sobre
teatro físico, voltada para atores, durante o festival que será
gratuita. As inscrições podem ser feitas no MAC (Museu de
Arte Contemporânea).
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